top of page

Com 25 anos de carreira, o artista plástico Alex Melo hoje se diz um homem realizado, nascido no dia 05 de outubro de 1975, na cidade de Campina Grande, casado com Jéssica Melo, Alex viveu sua infância e parte da adolescência em Lagoa Seca, convivendo com seu avô Cicero Jacinto de Melo com quem aprendeu a admirar a cultura popular, a natureza e o Nordeste como um todo.

 

Hoje ele é professor em seu ateliê, e realiza um sonho de infância, que é passar seu conhecimento para outras pessoas. Ele enfatiza em suas palavras o influencia que tem suas raízes. “Esse lado rural esta enraizado, vem da origem da família. Minha família é do interior, ela se desenvolveu no interior e de alguma forma me passou isso, esse vinculo com a natureza, de contemplar o orvalho, de ver uma flor desabrochando e observar aquilo como algo divino, tem essa dinâmica de uma vida voltada para o campo. Tenho influencia sim! E eu não abro mão das minhas origens.” Diz Alex.

 

A partir dos 14 anos buscou uma formação acadêmica de Artes Plásticas na Universidade Federal da Paraíba, onde ele passou quatro anos de curso, o artista teve grandes dificuldades nesse período, no entanto mesmo com a situação não muito favorável, nunca desistiu de seus objetivos e fala que: “Para ser artista, você não pode ser mercenário da arte, ser artista é produzir seus sentimentos e suas emoções através de um suporte”.

 

Ao ser indagado pelas influencias que teve em sua carreira, além do Avô, Seu Jacinto, ele fala do professor “Labas” que o convidou para trabalhar em seu ateliê e desenvolver novas técnicas e aprimorar seus conhecimentos, e foi nesse meio que Alex se identificava cada vez mais com a escola surrealista, buscando sempre estudar a história e obras de grandes pintores como Pablo Picasso, Leonardo da Vince, Salvador Dalí, entre outros. O artista buscava conhecimento das escolas e dos autores citados para dominar e desenvolver seu trabalho com segurança, no entanto seu interesse maior sempre foi o surrealismo. Alex relata que seu universo não é cubismo a geometria pura, seu universo é aquele que Freud tenta explicar no seu inconsciente, ele diz que esse é o ponto primordial para suas obras.“Aquilo que está no meu inconsciente, e que eu posso transpor para as minhas obras.” Conclui Alex.

 

Se consolidar no mercado como artista não é uma tarefa fácil, no entanto Alex já deixou claro que o que lhe moveu para isso não foi a questão financeira, mas sim a de se amar o que faz, e é esse amor, essa emoção que ele transmite em suas obras, a linguagem que ele passa através de sua arte com tons fortes e chamativos, e que não deixa de passar uma mensagem, por mais leigo seja seu espectador sobre o assunto. “A palavra que uso para resumir minha produção de pintura é emoção, sentimento puro, é você conseguir através das cores transmitirem o seu estado de espirito. Para mim cor é vida, as formas são exploradas pela dinâmica que cada artista tem, hoje eu tenho alegria de pintar, porque eu amo o que faço”.  

COM A PALAVRA - Qual a questão do regionalismo na sua arte?

ALEX MELO - É você ver beleza, onde para as pessoas, em determinados momentos, passa despercebida. Por exemplo: você saber que existe a seca, mas, mesmo diante de tantas dificuldades, a vida luta, ela tem esse perfil de vitória e é um idealismo a sobrevivência e isso me estimula e me instiga a produzir com muita força no meu trabalho.

 

C. P - Você teve alguma influencia da questão do regionalismo do interior?

ALEX - Eu morei em Lagoa Seca e esse lado rural está enraizado, vem da origem da família. Ela é do interior, se desenvolveu no lá e de alguma forma me passou isso... esse vínculo com a natureza, de contemplar o orvalho, de ver uma flor desabrochando e ver aquilo ali como algo divino. Tem essa dinâmica de uma vida voltada para o campo. Tenho essa influencia sim! E eu não abro mão das minhas origens.

 

C. P - - Você enfrentou alguma dificuldade em algum momento da sua carreira?

ALEX - No início por vir de uma origem muito simples, a dificuldade financeira era enorme. Existem dificuldades tremendas, mas para ser artista você não pode ser mercenário da arte. Ser artista é produzir seus sentimentos e suas emoções através de um suporte. E no início percebi que as dificuldades eram tremendas, tanto é que eu passei quatro anos estudando no curso de Artes Plásticas na Universidade Federal da Paraíba, juntando material para então, poder pintar um quadro. Inicialmente, para você ter uma ideia da dificuldade, eu precisei misturar tinta com creme dental pra poder desenvolver alguma coisa dentro de uma linguagem que eu estava querendo fazer.  Então me submeti a trabalhar com creme dental e tinta guache, como experiência por não ter condição de comprar as tintas.  Hoje, graças a DEUS, como um artista já reconhecido no mercado, tenho obras valorizadas nacionalmente, internacionalmente. Agradeço a DEUS por tudo que superei e agradeço por tudo que venha ser conquistado no futuro.

 

C. P - Quais os artistas que você tem como referencia e inspiração para o seu trabalho?

ALEX - O gênio Pablo Picasso, outro gênio Leonardo da Vince, Salvador Dali, Aldemir Miro, Martins, busquei durante algum tempo me dedicar ao estudo de cada escola desses artistas, para dominar e tentar hoje desenvolver o meu trabalho com segurança.

 

Tive a oportunidade de ver uma exposição de Pablo Picasso em São Paulo, e fui contemplado com mais de 350 obras eu não lembro a quantidade exata, mas passei o dia vendo as obras dele assim de perto e a partir dai despertou um interesse assim muito maior pelas obras de Picasso. Alguém um dia pode questionar, mas se ele estudou tanto assim Picasso porque que ele investiu tanto no surrealismo?! Porque o meu universo é surreal, meu universo não é o cubismo, a geometria pura. O meu universo é aquele que Freud tenta explicar no inconsciente.  Eu acredito que esse é o ponto primordial para as minhas obras, aquilo que esta no meu inconsciente que posso transpor para minhas obras.

 

C. P -  Como você classifica o mercado para os artistas dentro de Campina Grande?

ALEX - Hoje em dia existe a questão de o cliente visitar o ateliê do artista, conhecer a sua obra e a partir daí comprar a sua obra.  E isso acontece muito comigo.  O cliente chega no meu ateliê, conhece minha  obra e ali adquire o trabalho. Hoje eu já tenho um trabalho reconhecido dentro da cidade, consigo viver e sobreviver da minha arte. Acredito que essa seja a maior conquista de um artista. Tenho um valor agregado na minha produção porque consigo produzir para a minha cidade, o meu estado, o meu país e até para fora. Tenho obra em vários países como Estados Unidos, França, Espanha, Holanda... isso ao longo de 25 anos. Esse trabalho que venho desenvolvendo está sendo muito bem visto e aceito no mercado.

 

C. P - Você como professor, nos fale um pouco de como é essa experiência sua com os alunos?

ALEX - É uma experiência maravilhosa. Poder compartilhar o pouco de conhecimento que você tem, com alguém que está buscando se desenvolver mergulhar neste universo das artes visuais. Ter o privilégio de fazer novos amigos, de acolher de repente uma pessoa que tem alma de artista, e poder plantar uma semente de uma arte que no futuro provavelmente vai poder dar bons frutos.  Isso foi um sonho de infância, não tem como abandonar aquilo que a gente deseja como idealismo de vida. Pouco ou muito que já conquistei partiu dos valores que eu adquiri durante o período que vivi com o meu avô. Ele foi uma referência muito forte.

 

C. P - Sobre a linguagem dos seus quadros, qual o sentimento que você passa em sua obra?

ALEX - A palavra que eu defino pra resumir minha produção de pintura é EMOÇÃO.  É sentimento puro, você conseguir através das cores, transmitir o seu estado espiritual. Para mim cor é vida. As formas são exploradas pela dinâmica que cada artista tem.

 

C. P - Você tem algum projeto para o próximo ano que queira compartilhar com nosso site?

ALEX - Novo projeto está relacionado á Galeria Irene Medeiros.  Após comemoração dos 150 anos de Campina, houve uma amostra de artes visual coletiva.  E eu fui convidado para organizar o espaço da Galeria Irene Medeiros, que fica no Teatro Municipal Severino Cabral. Estamos reformulando a estrutura, e, a partir daí, começar a criar uma dinâmica de exposições com o artista da cidade. E esse é o projeto para 2015.

O dom de ser artista

"É sentimento puro,

você conseguir através

das cores, transmitir

o seu estado espiritual.

Para mim cor é vida"

 

  Alex Melo  

Artista já tem obras reconhecidas em 

diversas cidades e até em outros países

Foto: Ismael Castelo

Fotos: Ismael Castelo

Entrevista produzida por:

Laís Sousa

Mônica Nunes 

Ismael Castelo 

 

19/12/2014

bottom of page