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Elza Andrade, mais conhecida como Dona Elza, 65, está aposentada e antes do projeto voluntário trabalhava como supervisora educacional, o motivo que a fez a participar da Associação Internacional da Caridade (AIC) foi à depressão decorrente do falecimento de seu marido. O instituto está presente em sua vida há aproximadamente sete anos e durante todo esse tempo ela participa voluntariamente dos projetos desenvolvidos pela a associação.

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No início trabalhou no projeto "Imagine", voltado para crianças de rua, com intuito de tirá-las da marginalidade através da evangelização. Atualmente, ela exerce a função de professora de artesanato no subprojeto “Laços de Amor”, atuando diretamente com gestantes, por meio de aulas de pintura para enxovais de bebê. Além dessas e outras atividades, o grupo também faz visitas às moradoras da região (gestantes), e em todas as reuniões há distribuição de lanche.

 

A professora Elza ressalta que ajudar outros seres humanos fazendo parte de um trabalho social, agrega muita felicidade à sua vida e além disso, a faz se sentir uma pessoa melhor, uma vez que sempre gostou de estar à disposição do próximo independente de quem seja. 

COM A PALAVRA - O que de fato é o projeto?

DONA ELZA - O AIC (Associação Internacional da Caridade) surgiu na França e é voltado exclusivamente para o trabalho voluntário. Aqui em Campina Grande o projeto conta com mais de 60 voluntárias. Eu dou oficina de pintura no projeto “Laços de amor”, onde damos instrução às jovens grávidas que não têm recursos financeiros, oferecendo orientação em relação aos cuidados com recém-nascidos. Também trabalhamos a parte religiosa evangelizando a cada reunião.

 

C. P - Como você ingressou no projeto?

ELZA - Faz sete anos que eu participo da AIC e devido eu ter me aposentado, veio também com isso a morte do meu marido que me deixou extremamente sem estímulo para a vida. Na AIC eu encontrei o sentido que eu precisava.

 

C. P - Porque você decidiu sair do projeto Imagine?

ELZA - Porque na época surgiram problemas de saúde e não podia me deslocar até lá e eu abandonei o projeto por um tempo. Quando melhorei, a pedido da presidente eu voltei para a AIC ingressando no “Laços de amor”.

C. P - Surgiram obstáculos no decorrer de sua participação como voluntária?

ELZA - Surgiram sim, dentre eles a questão financeira para manter o projeto e a relutância de algumas participantes do “Laços de amor” não aceitarem bem a ajuda que lhes é ofertada, principalmente em relação à parte religiosa.

 

C. P - O que há de bom em ser voluntário?

ELZA - Eu sempre gostei de ajudar as pessoas. E esse projeto me deu a possibilidade de pôr em prática tudo o que eu sempre gostei de fazer, ajudando os outros e me sentindo realizada.

 

C. P - Como é trabalhada a questão da gravidez na adolescência?

ELZA - Nós orientamos as grávidas na forma de como cuidar de seu bebê, no meu caso eu dou aulas de pintura onde ensino a decorar o enxoval e ao final elas permanecem com o que elas mesmas produziram.

 

C. P - Como se dá a participação da igreja no projeto?

ELZA - Financeiramente falando a igreja não nos dá suporte, a única participação deles é em relação à parte de evangelização mesmo. O vínculo é basicamente esse.

 

C. P - Qual a forma encontrada para a sobrevivência financeira do projeto?

ELZA - O projeto é financiado pelos próprios voluntários que pagam uma mensalidade para custear os gastos e também fazemos doações de alimentos ou de dinheiro para o projeto da cesta básica.

 

C. P - Por que a pintura?

ELZA - Porque eu sempre gostei de decoração e arte como um todo, e por saber pintar a um bom tempo tive a chance de poder passar o que sei para as meninas que procuram o projeto. E o projeto procura explorar aquilo que cada um tem de melhor a oferecer.

 

C. P - Que contribuição essa atividade pode trazer para uma reconstrução social dos participantes do projeto?

ELZA - Com nosso trabalho focado na orientação religiosa, nós desejamos que as pessoas após ouvir esses conselhos tenham um direcionamento positivo em suas vidas, principalmente em relação à família já que as participantes do projeto são muito jovens e estão começando a formar uma família e  por isso precisam de todo nosso apoio.

 

 

Reunião do projeto “Laços de amor” na Instituto São Vicente de Paula

Foto: Arquivo pessoal

Entrevista produzida por:

Emanuel Gomes de Oliveira

Júlio Cesar da Silva

Thuanatana Brito

Vida dedicada ao voluntáriado

Foto: Thuanatana Brito

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